A arbitragem destrói a credibilidade do futebol brasileiro
há décadas, mas só entrou agora na pauta por interesse dos clubes das capitais.
O raciocínio é pueril: se todos são vítimas, ninguém pode reclamar de fato e o
problema perde sua natureza imoral.
O cinismo aproxima crônica, atletas, técnicos e dirigentes,
em seu curioso esforço para fazer da incompetência um salvo-conduto dos energúmenos.
Em plena desmoralização planetária dos donos do futebol, seus funcionários que
mais diretamente afetam os resultados são os que primeiro ganham a absolvição
geral da mídia brasileira.
A ideia de que a injustiça arbitral nas partidas advém de
azares fortuitos não tem base estatística. Fosse o caso, todo recorte
competitivo de ampla amostragem (Ponte Preta e Corinthians, por exemplo) apresentaria
certo equilíbrio nos favorecimentos a qualquer dos competidores. Mas quantos
jogos decisivos o Corinthians perdeu para a Ponte por equívocos “involuntários”
dos árbitros e auxiliares? E em quantos ocorreu o contrário?
Eis por que os veículos jamais fiscalizaram a arbitragem
com os levantamentos minuciosos que realizam de outros detalhes das partidas. O
mito do “erro humano desinteressado” não sobrevive a uma análise fria das
evidências. Quer dizer, não sobrevive a uma postura jornalística minimamente
séria.
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