Enquanto a imprensa corporativa fornece palanque e vitrine para golpistas, os líderes da Marcha da Maconha são ignorados
solenemente. Mesmo assim, continuam mobilizando milhares de brasileiros com
coragem de sair às ruas para exigir a legalização da planta.
Só esse feito agrega uma relevância muito especial
à causa, além dos respaldos científico e jurídico. Se o movimento legalizador
recebesse uma fração da bondade midiática dedicada ao impeachment, ganharia
força incontornável.
Os interesses que a imprensa defende com esse
boicote (especialmente o da indústria farmacêutica) também atuam na obstrução
do tema junto aos parlamentares. Mas, em termos de constrangimentos imediatos, a
blindagem visa proteger outra esfera: o Supremo Tribunal Federal.
É no STF que tramita a mais importante iniciativa
descriminalizadora jamais inaugurada pela sociedade brasileira. Com arguição
impecável, o Recurso Extraordinário 635659 defende a inconstitucionalidade da
proibição do uso de drogas. E acaba de ser encaminhado para o parecer do
relator, o ministro Gilmar Mendes.
Muito zelosa em expor os votos da Corte quando lhe interessa, a mídia se esforça para não incomodá-la nas situações delicadas. Não
há melhor demonstração do poder que teria uma pressão popular sobre os
ministros. Cabe à militância romper esse silêncio antes que seja tarde.
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