sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Trapaça”






















O que explica duas grandes produções de estúdio, similares no enredo, na época da trama e até no apelo do “fato real”, serem lançadas simultaneamente? Os criadores teriam recebido as emanações da mesma onda cósmica? Ou tudo se resumiria ao simples oportunismo dos produtores e à competitividade entre artistas consagrados?

No caso, a comparação inevitável com “O Lobo de Wall Street” desfavorece o filme de David O. Russell, que é bom diretor, mas não chega a Scorsese. Falta-lhe aquele toque de genialidade (ou a experiência) que dá vigor e sentido a cada enquadramento. E a deliciosa incorreção política.

Não que inexistam méritos em “Trapaça”, pelo contrário: o elenco simpático, a trilha sonora de clássicos setentistas, os figurinos e a maquiagem, a direção de arte, um excelente roteiro (pelo menos até o terço final), alguns momentos inspirados. E Amy Adams.

O fato é que exagerar a importância do filme, no embalo das forçadas indicações ao Oscar, retira um pouco a sua força como diversão. Visto sem maiores expectativas, sai-se muito bem.

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