sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Minguando






















A expectativa criada e o peso estratégico da oportunidade agravam o fracasso das manifestações de sete de setembro. O episódio deveria suscitar uma bela autocrítica dos seus organizadores, quem quer que sejam.

Uma comemoração nacionalista questionável, de simbologia tenebrosa; um feriado sem grandes possibilidades de viagem; a exposição midiática permanente; a vulnerabilidade física dos desfiles e das próprias autoridades; a ocorrência de eventos esportivos simultâneos, que dividiram o contingente policial – mesmo com tantos favorecimentos do acaso, o “maior protesto da história” se resumiu a focos de pancadaria e depredação envolvendo os mesmos grupelhos de quaisquer outros desses atos quase semanais.

Ao mesmo tempo, a aprovação de Dilma Rousseff vai retornando aos patamares do último outono. E o cotidiano político do país se reacomoda na pasmaceira de sempre. E a imprensa corporativa retoma o discurso contra os arruaceiros.

Uma das muitas avaliações possíveis sobre os protestos recentes é que eles degringolaram sempre que a oposição tentou instrumentalizá-los para desestabilizar o governo federal. Onde isso ocorreu, bastou centrar os ataques em Dilma Rousseff (e no PT) para que a juventude se afastasse aos poucos, restando os habituais brucutus do discurso ético difuso. Qualquer que seja a motivação da ira coletiva, o fato é que ela não se dirige à presidenta.

Os oposicionistas voltaram a gritar sozinhos. O oportunismo e a falta de projeto político afastaram-nos tanto da população que agora só lhes resta a companhia dos mascarados. Eles próprios resistentes a comprar brigas partidárias.

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