segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Barbosa na berlinda













É fácil entender por que uma eventual candidatura de Joaquim Barbosa seduz o oposicionismo nacional. Experiente, austero, bem-sucedido e retórico, o ministro do STF encarna o tão desejado perfil do quadro conservador livre de estigmas partidários e do farisaísmo rançoso que costuma azedar o discurso moralista da direita. E ele carrega a popularidade conquistada pela espetacularização do julgamento que ora protagoniza.

Mas confesso que vejo o ensaio como positivo. Primeiro porque a falta de estofo político credencia o nobre magistrado (e seus apoiadores) a um enorme vexame eleitoral. Já aconteceu antes, com gente mais poderosa e bem preparada.

E segundo porque, para vencer essa dificuldade, Barbosa precisará receber imediata e reiterada atenção da imprensa. A exposição de sua vida pessoal, os debates sobre suas atividades jurídicas e os questionamentos acerca dos seus critérios condenatórios no caso que o tornou famoso ajudarão a desfazer muitas ilusões sobre o personagem e a instituição que ele inevitavelmente representará.

Por um lado seria útil manter o assunto na pauta quando os mensaleiros demotucanos caírem no esquecimento da mídia. Por outro, escancarando a politização do Judiciário, a campanha finalmente assumiria o que sempre esteve em jogo desde o início.

Um comentário:

Dárcio Vieira disse...

Adoraria ver Joaquim Barbosa candidato a qualquer coisa. Veremos qual a consciência política do cidadão. Aqui em Sampa City, sempre procuramos o mais reacionário, retrógrado e atrasado possível. Adoraria ver o magistrado julgando alguém que fosse simpático aos Mervais, Casoys, etc.